"Eu me volto pras palavras e venero seus encantos, como se por me descreverem pudessem me bastar. Palavra não faz carinho, menina, palavra não dá colo. É de abraço que eu preciso quando não há mais letra, tatuagem, tinta, papel, caneta, poesia."
E eu volto a entender tão bem cada palavra, que a anos atras os dedos dedilharam.Que os olhos enxergaram como talvez um grito profundo de desespero.
E volto a ver os mesmos erros, e volto a descrever que palavras não sustentam um coração débil.Que o corpo não suporta a angustia dos encantos desencantados.
E volto a olhar a menina que brinca de casinha sem casa, que faz birra e manha e que não aceita que perdeu.
Li isso de um amigo, " acorda! Você perdeu, linda moça".
E volto a ler linhas super estimadas de um tempo que voltou e eu não suportei abraçar. Pesado demais como minha alma, triste como uma canção. Mas nada me descreve, nada e nem ninguém.
Nem as tatuagens que carrego ao longo dos anos. Nem os sorrisos daqueles que me adoram, nem das palavras desenhas em linhas espalhadas por ai, e nem das inúmeras imagens que demostram a menina moça de olhar sensual e de rosto marcante.
Mas a moça surge no espelho sensual, apaixonada, deslumbrante.
Que homem não a olharia?
Mas é o mistério da moça que suporta os olhares. Ela acumula pessoas, mas ninguém sabe porque ela não fala o nome inteiro? Nem ela sabe o nome que tem, anda sozinha, toma decisões sozinhas é sozinha nas condutas, carrega o mundo inteiro. Mas quem deseja saber disso? Ninguem.
E ela aceita ser assim.
E por caminhos estranhos a moça hoje de cabelos sem cor segue a trajetora, desviado-se das flores e seus perfumes, das sobras das arvores que aparecem lhe dando sombra. Ninguem sabe o motivo e talvez nem ela.
Ela conhece tanta gente , e sabe seus nomes, suas historias e ninguem a conhece. Será que ninguem vê que ela é apenas uma menina como tantas outras que tem medo do mundo lá fora, que se sente perdida e sozinha mas que dá a cara a bater todos os dias. Que é orgulhosa por demasiada e apenas quer um colo e alguém que diga " vem aqui, tudo vai ficar bem... Vou cuidar de você!"
Será?
Será os absurdos do dia a dia que a separação da fantasia a deixam tão fria?
Será que o inverso chegou e nem passamos pelo verão do litoral?
Será que lá fora é mais quente que aqui?
Deixem a menina sensual se curar
Deixem a menina moça de olhar encantador em paz.
Deixem a moça dedilhar suas palavras sem pensar num futuro ou no amanhã.
Deixe-a
Deixe-a um dia sem dor
Deixe-a respirar e querer uma vida só dela
Pare de atormenta-la
Deixa-a adaptar.
Quantas vezes a moça tem que se despedir de você
Deixe-a pertencer
Deixe-a
Ela precisa ser bagagem de alguém e não encarcerada na alfandega.
Quer ser durante
Não
Inicio
e
Nem
Fim.