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Querido Diário,

22.3.14

Você pode escolher como quer viver


 Você pode escolher se quer rir á solta, de um modo estridente e diabólico. Pode escolher rir para esconder a saudade e a solidão que habita dentro do seu corpo. Você pode escolher parar, mas também pode escolher continuar com o riso que esconde do mundo as feridas deixadas, que acentua a dureza da fisionomia, que esconde algo. Você pode ser derrotado pelo mundo, se entregar aos afogamentos das lágrimas, as mágoas que são causadas, mas também pode escolher se levantar ao cair não esperando que ninguém lhe estenda a mão para te levantar. Você pode escolher depender para ser feliz das pessoas ao redor, mas deve-se lembrar de que a felicidade não se depende de alguém, mas sim de você mesmo. A felicidade é uma atitude e não uma pessoa. Pode escolher ficar dentro de casa, trancado em seu quarto e preso no seu mundo da monotonia e pensamentos inúteis, mas, pode sair pelas portas, ouvir o barulho da cidade, sentir os raios ultravioletas, respirar um pouco de ar poluído que entra pelas entranhas e descobrir os mistérios da vida. Você pode amar e se deixar amar sem se preocupar com o tempo, ou ficar se lamentando pela falta de pessoas que lhe guarde de alguma forma no lado esquerdo do corpo e não em gavetas. Você pode curtir ser quem você é e do jeito que você for, ou se deixar tornar ser uma pessoa infeliz por não ser como gostaria ou como as pessoas gostariam. Você pode deixar que a sua essência se encontre no seu caráter, na sua complexidade ou deixar que se encontre no seu par de olhos, boca ou rosto. Você pode escolher se você quer ficar se lembrando a cada hora ao dia daquela pessoa que transformou seu lago em mar violento, que causou esse grande impacto na crosta, no seu coração. Você pode sentir amor, tristeza, solidão, vontades inexplicáveis, insaciáveis, vontades que nem você consiga explicar. Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, que pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites de cada um, inclusive os seus. Você pode chorar e deixar que as lágrimas rolem pelo seu rosto, as lágrimas que ninguém pode conter irem embora. Você pode sonhar e nos seus sonhos voar, dançar, cantar, sorrir, rir, se divertir. Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos ou pode partir para ação com o pouco que tem. Você pode ouvir o seu coração e viver aproximadamente ou agir de acordo com o roteiro da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la. Você pode escolher viver o hoje como se não houvesse o amanhã. Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa aprender nada mais. Você pode escolher querer esconder sua tristeza com monossílabos, ou arrebatar a alma e as emoções numa folha de papel. Você pode continuar ser o escravo da mágoa, ou se comprometer com você mesmo e tomar atitudes necessárias para o dia a noite vire dia. Você pode desfrutar o máximo das coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria. Você pode ser o lirismo da sua vida, ou a amargura verborrágica que corrói a alma. Você pode ser feliz, com ou sem alguém ou alguma coisa. Você pode ser feliz com os instrumentos que a vida lhe deu. Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar os anos da sua vida se lamentando pelo que ela não é. Qual é a sua escolha?

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Me fascine se for capaz.

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