Um dia, talvez, não vou me importar de ser tão boba. De rir na hora errada. De não saber usar salto alto. De rir pelo nariz. De não saber dançar. De saber dizer e não saber o que quero dizer. De fingir que sei. De me sentir desconfortável na minha própria pele.
Como se alguém fosse descobrir a minha farsa a qualquer momento.
De sentir demais, de querer demais, de me perder na ânsia de não perder nada. De tentar tanto ser tudo e, no fim, sentir que nada está certo. E que é hora de começar de novo, mais uma vez.
De não saber qual é o meu caminho. De duvidar dessa história toda de destino. De me perguntar como é que as pessoas conseguem ir tão longe na vida assim, à cegas? Como elas parecem tão confiantes em tudo o que fazem? Elas não sabem que tudo pode dar errado?
Será que só eu sinto que sigo tropeçando no escuro?
Porque, às vezes, eu quero mesmo é me esconder. De medo. De dúvida. De olhar pra frente, e olhar pra trás, e perceber que tudo ainda é tão confuso quanto costumava ser. E que o único controle que você tem sobre a sua vida é criar uma ficção pra ela. E torcer e tentar fazer ela virar realidade.
Penso muito em tudo isso. Mas quanto mais eu penso, mais dúvidas eu tenho. E nenhuma solução.
Eu sou, eu sou, eu sou. Sou?
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Me fascine se for capaz.