...Depois de tanto tempo estava com aquela sensação de não saber de onde veio ou para onde vai. Meio perdida no tempo e no espaço. Havia experimentado tantas sensações que já nem sabia se aquela era boa ou ruim. Tinha um misto de perda, saudade e alívio. Talvez por isso insistia em manter distância das pessoas. Somente porque gente significava responsabilidades, sentimentos, sofrimentos, dúvidas, respeito e acima de tudo doação. Já não possuía tanta convicção sobre os fatos. Por um tempo tudo parecia tão perfeito e em sintonia que foi como se o dia de amanhã não fosse chegar nunca. Acontece que o relógio não quebrou ou ficou com a pilha fraca. E tudo passou depressa demais. As certezas tornaram-se dúvidas e tudo foi voltando, aos poucos, ao seu devido lugar. Talvez aquela pose toda fosse proposital e a segurança nada mais era do que a insegurança escondida num fio de orgulho. Naquele momento sabia o que queria, só não conseguia discernir o motivo para chegar até o objetivo. Quando o caminho é curto e as opções são poucas, é fácil nomear os sentimentos, e no momento eram apenas dois. Sofrimento ou amor. E mesmo sabendo que um é dependente do outro, sentia que era necessário separar as coisas e optar por um caminho só. E como a vida não é um filme, com direito a final feliz, nem sempre escolhemos o caminho certo. E como somos humanos aprendemos com os erros e continuamos sempre errando. Essa é a mágica da vida, se as coisas fossem fáceis não seria tão preciosa a escalada...
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Me fascine se for capaz.