Eu nunca pedi para que ninguém gostasse de mim. Por uma ordem natural da vida, calhou de eu ter facilidade em fazer e manter amigos. E todos eles me são caros. Não pinto a beleza para esconder a tristeza. Não finjo sorriso para ninguém. Não uso de palavras bonitas para quem não tenho simpatia. Não abraço quem não me toca o coração. Sou sincera, às vezes até demais, eu sei. Falo aquilo que ninguém vai gostar de escutar. Brigo por minhas particularidades. Respeito o direito do próximo, mas exijo que também respeitem o meu. Não guardo rancores porque dissolvo tudo na hora em que acontece. Não levo desaforo pra casa e nem sei conviver com dúvidas. Gosto do preto no branco, sem esmagamentos de entrelinhas. Me chamem de grossa, de fria ou de intolerante que eu vou continuar dizendo que sou verdadeira. Pra quê emoldurar com ouro um quadro de xilogravura? São artes distintas e que não se completam. O rústico será sempre rústico. Então não me venha posar de ofendido quando exposto a verdades incondicionais. Não se faça de vítima enquanto mascara ares de feitor. E não me peça para calar quando insisto em mostrar os pontos que estão errados. E se te calam, as outras pessoas, se insistem em te passar a mão na cabeça, se te privam o direito de agir com retidão, não me julgue por usar de pouco sorriso e palavras duras. Faço a minha parte e não me imponho a mordaças. Não me moldo para agradar a ninguém e nunca peço desculpas quando sei que estou certa. Não peço que gostem de mim, mas que entendam as minhas particularidades. Não sou má, amo mais do que devo e sei que ainda assim é muito menos do que sou capaz, mas se para chamar à realidade for necessário magoar, eu o farei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Me fascine se for capaz.