Sem ninguém perceber

Eu nunca soube escrever sobre amor. Nunca, em todos os idiomas existentes. Nunca. Preste atenção no “nunca", e nas palavras que antecedem o mesmo. Nunca soube falar, porém eu já senti. Senti e sinto muito por isso. Claro que não tem como voltar atrás, pra falar a verdade isso não me deixaria melhor ou pior do que já estou, do que já sou, eu só acho que eu poderia ter sido um pouco mais esperta e o dado pra quem realmente poderia dar o devido valor. Era uma coisa tão estranha amar-te tanto daquela maneira. Mais entranho ainda era depender de algo que eu sei que nunca iria depender de mim. Enxergar tua face na face da noite, e chorar cada vez que o plano de juntar a minha história com a tua fracassasse. Mas nada poderia mudar o que nunca havia existido dentro de ti, nem mesmo o meu mais sincero sentimento, nem mesmo te dar o meu sorriso mais perdido na imensidão do teu amor. Mas veja bem, de você a unica coisa lamentável que restou foram os péssimos momentos, e eu espero nunca mais ser ignorante e burra o bastante pra esperar algo que me surpreenda, Doeu ver-te  deixando-me de lado, mas do mesmo jeito que me acostumei todas as noites a ter lagrimas nos olhos, acostumei com isso também. Ai comecei a perceber as ilusões da vida, comecei a me arrepender dos erros, comecei a ver que o tempo não cura nada, ele apenas fez com que conformasse com os acontecimentos indesejáveis. Passei  a entender as coisas erradas e a me perder mais a cada dia que passava. Passei a esquecer de mim e me apeguei as palavras. Deixei os sentimentos bons de lado para me tornarmos fria por medo de passar por tudo novamente. Me tornei cada dia mais humana. Coisa que eu realmente nunca imaginei ser, mas eu sempre estarei aqui, sóbria por fora e tão perdida dentro de mim. Sem ninguém perceber.